Manter os níveis de glicose sob controle é um dos maiores desafios de quem convive com o diabetes. A tecnologia tem sido uma grande aliada nesse processo, e os monitores de glicose — também chamados de sistemas de monitorização contínua — representam um avanço importante no acompanhamento da doença.
Como funcionam
Diferente do glicosímetro tradicional, que exige a punção do dedo várias vezes ao dia, os monitores de glicose utilizam um sensor aplicado sob a pele (geralmente no braço ou abdômen) que mede, de forma contínua, a glicose no líquido intersticial. Os dados são transmitidos para um aparelho ou aplicativo no celular, permitindo acompanhar as variações ao longo do dia e da noite.
Principais vantagens
– Monitoramento contínuo: o paciente consegue visualizar o comportamento da glicose em tempo real, com gráficos e tendências.
– Mais conforto: reduz a necessidade de múltiplas picadas no dedo, tornando o controle menos doloroso e mais prático.
– Maior segurança: muitos dispositivos emitem alertas em caso de hipoglicemia (queda acentuada) ou hiperglicemia (aumento excessivo).
– Melhor tomada de decisão: o paciente e o médico conseguem identificar padrões, ajustar a alimentação, os horários de insulina e a rotina de exercícios com mais precisão.
– Redução de complicações: um controle mais estável ajuda a prevenir complicações crônicas do diabetes, como problemas renais, oculares e cardiovasculares.
Para quem são indicados
Os monitores de glicose podem ser utilizados tanto por pacientes com diabetes tipo 1 quanto por aqueles com diabetes tipo 2 que necessitam de um acompanhamento mais rigoroso.
Diabetes tipo 1: são extremamente úteis, já que o uso de insulina é contínuo e o risco de variações bruscas é maior.
Diabetes tipo 2: podem ser indicados para quem usa insulina ou apresenta dificuldades em manter o controle apenas com medicamentos orais, dieta e exercícios.
Vale destacar que a indicação deve sempre ser feita pelo médico endocrinologista, que vai avaliar o tipo de diabetes, a rotina do paciente e os objetivos do tratamento.
Como usar corretamente
– O sensor deve ser aplicado conforme orientação do fabricante e do médico.
– As informações coletadas devem ser compartilhadas com o médico para que sejam feitas as adequações de tratamento.
É fundamental lembrar que, embora os monitores facilitem o dia a dia, eles não substituem o acompanhamento médico regular.
Os monitores de glicose representam um avanço significativo no cuidado com o diabetes, trazendo mais conforto, segurança e autonomia para o paciente. Seu uso contribui para uma vida com mais qualidade e menos complicações, desde que sempre orientado por um especialista.
*Dra. Mariana Ramos é endocrinologista na Fetal Care, em Cuiabá-MT.